Nova Proposta de Distribuição de Alimentos para Gaza é Questionada por Oficiais da ONU
Uma proposta conjunta de autoridades dos Estados Unidos e de Israel para um novo plano de distribuição de alimentos em Gaza surge à luz, dois meses após o bloqueio total de ajuda imposta por Israel ao território palestino.
A Controvérsia da Ajuda Humanitária
O plano, que se concentra na distribuição de pacotes de comida a palestinos previamente selecionados por Israel, gerou controvérsia entre oficiais das Nações Unidas, que o classificam como impraticável. A metodologia de negociação para a aprovação dessa nova modalidade de assistência humanitária, contudo, não foi revelada pelas autoridades envolvidas no assunto.
Administração de Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, ressaltou em declarações recentes seu comprometimento em ajudar a combater a crise humanitária em Gaza. Ainda assim, a abordagem para implementação deste plano colaborou para aprofundar tensões diplomáticas com algumas organizações de ajuda.
A Proposta Israelense
O plano propõe que a ajuda seja administrada por uma organização guarda-chuva recém-registrada na Suíça, a Gaza Humanitarian Foundation (GHF), criada por governos e entidades não especificadas, cujo objetivo é financiar esta iniciativa. Entre seus compromissos, a fundação considera o pagamento de contratados de segurança americanos que iriam supervisionar a logística dos corredores de distribuição do plano.
À luz dessa proposta, Israel determinaria a quantidade limitada de suprimentos permitidos para entrar em Gaza. Esses suprimentos seriam transportados por corredores designados para hubs de distribuição construídos por Israel.
Além disso, a iniciativa também prevê o apoio de organizações não governamentais e do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, que trabalhariam na distribuição dos pacotes de alimentos nos hubs para os palestinos selecionados por Israel.
O Protocolo e as Críticas
O GHF declarou que seu objetivo inicial é estabelecer quatro “locais de distribuição seguros” que atenderiam 300 mil pessoas cada, com o intuito de ampliar essa capacidade para além de 2 milhões de beneficiários.
Entretanto, ONGs e pessoas familiarizadas com o plano israelense questionam a viabilidade do mesmo, que implicará em menor quantidade de alimentos e um critério de seleção dos beneficiários, alimentando menos de 200 mil pessoas no estágio inicial.
Outros questionamentos vieram da ONG World Central Kitchen (WCK), que não possui mais suprimentos para cozinhar e distribuir alimentos em Gaza. A organização, juntamente com a ONU, se recusou a participar do plano proposto, alegando que este viola os princípios humanitários, não permitindo a ajuda alimentar digna.
Os obstáculos erigidos ao esforço internacional de ajuda humanitária a Gaza ilustram claramente as complexidades da geopolítica regional, tornando, cada vez mais, difícil o combate à crise humanitária que assola o território palestino.